domingo, fevereiro 10, 2008

A Quase Casa, Indonésia

Mais um mês de Indonésia. Parei pra pensar e percebi que nos últimos dois anos eu passei três meses nesse país, muito tempo até para um viajante. Percebi também que eu fui para Indonésia em 2006, 2007 e 2008, muitas vezes pra quem mal tinha se acostumado com a idéia de ir pela primeira vez. Coisas boas... quando você menos percebe já passou tanto tempo e quando você se dá conta parece que foi tudo por acaso.

Esse tempo todo nesse país fez diferença, a gente já tava praticamente em casa. Nos restaurantes os garçons já conheciam a gente e às vezes até adivinhavam os nossos pedidos. A gente já dirigia para todo lugar da ilha sem se perder nem pedir informação. Já fugia da policia quando sabíamos que eles só queriam propina – até ouvimos “Vocês estão falindo o meu negócio” de um policial que queria propina. Enfim, a gente desenrolava tudo no esquema mais local que um não-local conseguiria.

E no clima de fim de viagem aos poucos os Atromelados foram se separando. Primeiro partiram o Sósia e o Playboy. Sósia de volta para o Brasil e Playboy ainda tinha Taiti, Nova Zelândia e Argentina pela frente. Depois foi a vez do Pato ir embora, fazer compras nos EUA e encontrar com a Laura na Argentina. Era o fim de uma era! Apesar do grupo se separar algumas vezes essa era a primeira vez que a gente sabia que a gente só ia se encontrar de novo no Brasil.

É bem difícil explicar como foi viajar com essa galera. No início de 2006 tudo ainda era um sonho nas nossas cabeças e esses seis loucos acreditaram apesar de várias pessoas falarem que seria impossível. Chegando nos EUA ouvimos várias vezes que juntar o tanto de grana que queríamos seria um milagre, mas ninguém desacreditou. E aí começou a viagem e conhecer o mundo junto desse grupo foi mais do que podíamos esperar.

Toda a determinação, ambição e capacidade desse grupo não se encontra tão facilmente. Valeu galera, por tudo! No Brasil tem mais, mas enquanto isso fica a saudade!

O grupo simplesmente não podia se separar sem uma comemoração. E como a data da separação era 14 de janeiro, mais ou menos perto do meu aniversário, eu decidi bancar a comemoração de todo mundo. A noite ficou conhecida como a Noite Open Bar e gerou muitas histórias que com certeza não vão faltar oportunidades para contar quando a gente chegar no Brasil.

Durante a Indonésia o grupo também ganhou duas novas integrantes temporárias. Lisa e Carol, duas austríacas que passaram praticamente um mês com a gente. A Carol era a namoradinha do Felipe e a Lisa ficou com o Sósia até ele ir embora e depois ficou amiga do grupo e continuou andando com a gente. As duas até aceitaram o nosso convite de ir para Lombok e conheceram o jeito Atromelático de viajar, e sendo duas européias eu sei que isso gerou algumas surpresas.

Em Lombok novamente ficamos na pousada do Henry e pegamos umas ondas muito boas. Vale destacar o desempenho do Ivan que começou a dropar altas ondas e ficou viciado. Falando de onda, o mês inteiro não deixou a desejar. Como a gente estava mais exigente a gente não caia em qualquer mar, mas quando caia era surf de alto nível. Pegamos Ulu’Watu com altas ondas e com maré seca – uns 30 cm de profundidade em alguns lugares – o que gerou grandes sorrisos e alguns cortes no pé. Pegamos de novo um swell bom em Serangan e já começamos a ficar mais acostumados com as ondas grandes. Não é nenhuma novidade, mas realmente não deu para reclamar da qualidade do surf na Indonésia.

Ah, dessa vez a gente conseguiu visitar o café da australiana no topo de uma montanha beirando o mar de Kuta em Lombok e a vista é demais! Aquele pedaço de terra é realmente especial, quem tiver pensando em investir em terrenos internacionais Kuta Lombok é uma boa opção, pode acreditar. Depois a gente foi ver o pôr-do-sol de cima da pedra de Segal, muito show também.

Estávamos em Bali novamente na temporada de chuva e diferentemente do que aconteceu em Novembro e Dezembro dessa vez choveu até que bastante. E pela Lei de Murphy quando o carro tinha que quebrar? Exato! quando estivesse chovendo. Eu e o Ivan estávamos voltando de um surf em Serangan no meio de um temporal que fez a gente sair da água porque era impossível ver as ondas e o carro quebrou no meio do nada. A gente empurrou o carro em dois até um canto mais ou menos seguro e esperou até alguém passar pra pedir carona. Não demorou tanto e passou um carro com locais e dois gringos que quebraram o nosso galho e arrumaram um canto no carro deles e salvaram a nossa pele.

Com o fim da Indonésia chegando também chegava o meu aniversário. Pra comemorar a gente foi comer no Hard Rock Cafe. Desde que chegamos na Ásia a gente estava comendo bem, mas em restaurantes locais. Então comer um belo New York Steak de um restaurante do nível do Hard Rock foi sensacional!

Para finalizar fizemos o último surf em Serangan, vendemos as pranchas e arrumamos as malas para a nova e desconhecida Austrália que estava a nossa espera.

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