domingo, março 14, 2010

Uma Banda na América Central

Depois de pouco mais de dois anos sem escrever fiz uma curta viagem pela América Central. Sem pretensão de ressuscitar o blog, decidi escrever este post e juntar com os demais para manter na memória...

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“O recibo, por favor”, peço ao taxista.

Da entrada do aeroporto de Guarulhos para o saguão de check-in, direto para o guichê da TAM, um piscar de olhos. Voo para San José, Costa Rica, com escala em Lima, Peru. Brilho nos olhos, reflexo da ansiedade que precede a surpresa, contrasta novamente com o sorriso nostálgico paradoxalmente tímido.

Não eram 6h30 da manhã, o sol ainda lutava contra as nuvens – chovera em São Paulo nos últimos 30 dias – e as malas já estavam despachadas.

Aeroporto de Lima – o mesmo que há pouco menos de dois anos fiz minha última escala antes de ao Brasil retornar – continuava o mesmo, o viajante havia, entretanto, mudado. Almoço no aeroporto enquanto esperava a escala – luxo não antes regrado para um Atromelado, sempre com as contas apertadas para seguir viagem.

Lima a San José e o inesperado jogo duro do agente de imigração. “Onde está a passagem de retorno?”, por essa não esperava, havia despachado o e-ticket impresso, mas após breve conversa, visto concedido, carro alugado, GPS configurado, pé na estrada.

O perigo que nos foi alertado realmente existia. Estrada perigosa. Escuridão, chuva, serra, caminhões, pista sem marcação, sem sinalização. Por 1h30 estávamos apreensivos, mas após a serra tudo mudou, as 3h restantes até Tamarindo foram apaziguadoras.

Era madrugada, mas o calor não disfarçava sua vocação tropical. Fomos recebidos pelo segurança noturno do hotel, apresentados ao nosso quarto, após um dia cansativo de viagem e uma semana exaustiva de trabalho, dormimos sem sequer considerar aproveitar a noite de sábado.

Sereno despertar na manhã convidativa em uma cidade litorânea de um país desconhecido. Nada mais estimulante para o desejo contido de um viajante disciplinadamente autoaprisionado. Mesmo as malas extraviadas e as compras matinais, que precederam a praia, foram deficientes para desencadear o desanimo.

Ah, a beleza de viajar! À praia faltava beleza, mas o povo local fazia as honras. Comprar cerveja com um nicaragüense e falar sobre a vida, conhecer seus amigos e a realidade local ou mesmo jogar uma pelada com desconhecidos no fim de tarde. Tão simples, porém ainda tão efetivo para conhecer um novo país, uma nova cultura.

Cultura simples por definição, porém nem de perto simplista. No país impera o lema “Pura Vida”, algo como Hukuna Matata. O cerne ideológico se apoia no simples conceito de aproveitar a vida, e devido a essa filosofia diversos estrangeiros de países ricos abandonam suas vidas para viver a Pura Vida costa-riquenha. Apesar de interessante, não é muito minha filosofia. Difícil alinhar a simplicidade de curtir a vida a desafios e não cair no comodismo e imediatismo.

À noite saímos e nos decepcionamos. A noite costa-riquenha, tão propagandiada, não correspondeu, mas era domingo, então não julgamos.

O dia seguinte começou cedo. 4h30 já estava a escovar os dentes e às 5h estava pronto. O destino? Nada menos que Witch`s Rock, pico de surf internacionalmente conhecido e eternizado pelo filme Endless Summer II. Às 5h30 a adrenalina já corria o sangue, ajudada pelo nascer do sol atrás das montanhas, mesmo sabendo que acabara de iniciar a jornada de 1h30 de lancha até o pico.

4 pés de swell. Pouco menos de um metro de onda. Maré seca. Onda rápida. Abrindo para esquerda e direita. Fechando quando bem entendia. Insuficiente para criar condições épicas de um surf à altura do pico. Para um brasileiro criado nas ondas do Ulé, divertido. A Indonésia, todavia, ainda tem o seu posto.

O dia acabou, e ainda eram 4h da tarde, mas após umas 4 ou 5 horas de surf e um sol escaldante, que rendeu boas queimaduras mesmo com aplicação recorrente de protetor solar, a energia esgotou.

Costa Rica a Bahamas, passando antes por Miami para dormir uma noite. Tempo suficiente para deixar US$100 dólares na mão de um taxista e trabalhar no hotel para fechar a apresentação que seria utilizada na conferência da empresa nos próximos dias em Bahamas.

Finalmente o motivo da viagem, Bahamas. Por três dias os escritórios da Argentina, Brasil e México da Advent International – empresa onde trabalho – discutiram sobre as empresas que somos donos, trocaram experiências e investigaram novas oportunidades.

Inicialmente, poucas novidades sobre Bahamas. Tudo continuava exatamente como há dois anos e meio, como descrevi nesse mesmo blog, carros na mão inglesa, volantes do lado esquerdo; sotaque carregado; país dos ricos durante o dia, dos jovens durante a noite. A diferença é que, como estava bancado pela empresa, fiquei no grupo dos ricos durante o dia, e, obviamente, continuei no grupo dos jovens durante a noite.

Sem entrar em detalhes do trabalho, a conferência foi excelente. A apresentação que tive que fechar no hotel de Miami foi elogiada e conhecer os outros escritórios trouxe novas ideias.

Acabada a conferência na sexta-feira algumas pessoas decidiram prolongar e ficar o fim de semana, aproveitando como qualquer outra ilha tropical, praia e cerveja durante o dia, boate e diversão durante a noite.

Brasil, aeroporto de Guarulhos, 7h da manhã, o trabalho começava às 9h, tempo suficiente para passar em casa e tomar um banho. “O recibo, por favor”, peço ao taxista – de volta ao Brasil era hora de fazer o relatório de despesas da viagem para o reembolso da empresa...

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Mais um começo – A procura do próximo desafio

Minhas conquistas não são minhas.
Depois de tudo que passou olho para trás e fica mais fácil enxergar as razões dos acontecimentos. Procuro encontrar a minha participação nas decisões mais importantes da minha vida e tudo que vejo é um amontoado de influências de família, amigos, culturas e valores. Tudo tão alheio, tão complexo, tão desconexo... seria impossível acreditar que tudo se encaixaria e faria tanto sentido.
Com essa viagem não foi nada diferente e eu gostaria de deixar nesse post meu imenso obrigado a família e amigos próximos que me levaram, conscientes ou inconscientes, a tomar a decisão de viajar e me apoiaram por todo o caminho. Estou num saldo devedor exorbitante depois de tudo que passei esse ano.

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Depois dessa viagem muitas pessoas já me perguntaram o que eu aprendi. A resposta sempre sai meio tímida, meio sem sentido. Mas acredito que o entusiasmo e o brilho nos meus olhos falem muito mais, diminuindo o vazio da resposta.
Não tenho a menor pretensão de conseguir juntar palavras que farão sentido, falta-me capacidade, e também não tenho a resposta exata. Mas posso dizer:
Viaje, ouse, seja justo, confie, sorria, simplifique, acredite.
Não é o caminho da fama e da riqueza, diria até que é o caminho oposto, mas é de grande satisfação pessoal.
Pensamentos... conclusões pessoais... banalidades... tão passíveis de erro quanto qualquer outra coisa na vida. A procura, contudo, é o mais importante e, não se engane, não basta a vontade de procurar.

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Volto dessa viagem com certeza diferente. Mas acima de tudo, volto ainda mais apaixonado pela vida!
E que venha o próximo desafio! Qual será ele? Ainda não sei, mas as idéias começam a surguir...

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Termino o blog com esse post. Agradeço a todos que acompanharam a viagem por aqui e gostaria de pedir àqueles que não forem tímidos demais que deixassem um comentário para ficar na memória.
Até o churrasco ou um outro encontro qualquer.
Abraços e saudades!

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Atromelática na Austrália – Sua Revista Virtual

Só para não cair na mesmice to colocando mais um post diferente. Um grande abraço e até breve!

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Editorial

E com muito orgulho que apresento a remodulação da nossa resvista virtual. Depois de mais de um ano no mercado a equipe de design caprichou, os repórteres gostaram da liberdade que receberam e quem ganha é o leitor.

Com um conteúdo mais dinâmico e uma perspectiva mais focada agora será possível acompanhar as partes que te interessam mais facilmente. E nada melhor que uma estréia falando sobre um dos países que mais desperta interesse do turismo jovem internacional, a Austrália. Então aproveitem a primeira e única edição da Revista Atromelática.

Cheers mate!

 

Turismo

O turismo na Austrália, como se espera, é simples e direto. Nada de ficar esperto para fugir de esquemas como acontece nos países de terceiro mundo. Mas por outro lado nada de vida barata. Para aproveitar bem a Austrália, mesmo num orçamento apertado, considere um gasto de pelo menos 80 dólares americanos por dia. Caro? Sim! Pode pegar o seu orçamento de Europa e encaixar na Austrália que cai como uma luva.

Mas ao contrário da Europa a Austrália é nova e o turismo por aqui é completamente diferente. Sem muitas igrejas e museus famosos a Austrália talvez peque um pouco no charme, mas compensa, e muito, no estilo de vida relaxado, nas praias e no turismo de aventura.

Com dimensões continentais viajar pela Austrália poderia ser complicado, mas com um transporte rodoviário pontual, um transporte aéreo barato – a Austrália conta com duas empresas low fare – e um transporte ferroviário confortável opções não faltam para o viajante de todos os propósitos e orçamentos.

O alojamento também causa preocupação zero. Todo o território é bem servido de albergues de alto nível. Mas a pesquisa no hostelworld.com sempre é válida para encontrar aquela pechincha e para ler as opiniões dos outros viajantes sobre as facilidades e localização.

Agora que todos estão familiarizados com o jeitão da Austrália vamos aos específicos. Devido a um tempo limitado e um orçamento um tanto quanto apertado – mochileiros em fim de viagem sabem muito bem o que é isso – os Atromelados ficaram um tanto quanto limitados nesse país. Eu, Ivan e Felipe passamos três noites e quatro dias em Sydney e depois nos separamos. O Ivan foi para Sunshine Coast encontrar com o irmão dele e eu e Felipe partimos para Gold Coast para conhecer um dos melhores picos de surfe da Austrália.

O turismo em Sydney foi muito facilitado por uma amiga de infância do Ivan – valeu Jamile! – que levou a gente para os principais pontos turísticos da cidade. Quer dizer, na verdade ela levou a gente para os principais pontos turísticos que em consenso valiam à pena. Eu sei que muita gente gosta de aquário, mas por consenso decidimos não conhecer o famoso aquário de Sydney. Em troca a Jamile nos apresentou um barzinho australiano e a gente gastou os 25 dólares do ingresso, e mais um pouco, na boa e forte cerveja australiana.

Como a Jamile mora a algumas poucas quadras da famosa Bondi Beach acabamos fazendo daquele lugar o nosso cantinho favorito da cidade. E pra falar a verdade o lugar é demais! Uma praia bem bonita com umas ondas no canto direito, uma pista de skate das boas e um calçadão que te leva pela praia e para outras praias pelo meio de algumas pedras na beira-mar. Simplesmente espetacular! Eu tinha feito essa caminhada e achei muito show e pensei comigo mesmo “pena que muitas das pessoas que vem pra cá não devem nem ouvir falar dessa caminhada”, mas pra minha surpresa eu li num guia de viagens que essa é uma das caminhadas mais famosas de Sydney.

Antes de continuar um fato que não pode passar despercebido na Austrália é como as pessoas aproveitam a vida. Andando pela praia parece que ninguém está muito preocupado com trabalho ou com a vida em geral. O número de surfistas, tanto homens quanto mulheres, é assustador. Parece que todos os australianos surfam! E na pista de skate dava pra ver crianças, meninas e velhos dividindo a mesma pista, muito show. Além disso, não era brincadeira o número de pessoas que passavam correndo e fazendo o exercício diário enquanto a gente se encantava com o lugar.

Em Bondi ainda fomos apresentados a casa e amigos da Jamile de uma forma um tanto barulhenta. Depois de chegar de uma festa a gente foi dormir no sofá da casa da Jamile e fez um pouquinho de barulho acordando todo mundo que tinha aula no dia seguinte as 8 da manhã. Eu já tava achando que ia acordar no outro dia morto ou pelo menos odiado pra sempre pela galera, mas o pessoal é gente boa demais e depois de trocar algumas idéias tudo ficou de boa. Bem interessante ver a galera morando num esquema parecido com o que a gente morava nos EUA um ano atrás, boas lembranças. Valeu por tudo galera, foi mal pelo barulho e prazer demais conhecer vocês.

Sim claro, o turismo em Sydney... Infelizmente o clima não cooperou muito com a gente e a chuva não deu trégua. Mas num dia que o céu abriu a gente saiu com a Jamile para conhecer Sydney. Saindo do nosso albergue no centro da cidade a gente foi andando até a Harbor Brigde e o Opera House – as construções que aparecem em 99% dos cartões postais de Sydney. Mas antes de chegar passamos pelo Hyde Park e mais alguns parques e lugares importantes/interessantes, mas vocês já devem saber que isso não me atrai tanto então não esperem que lembre os nomes.

O Opera House e a Harbor Bridge são até bem legais. Ficam bem localizados na cidade, tem uma vista boa e como o clima tava agradável dava pra passar um bom tempo a toa ali por perto. Mas é aquele negócio, é só uma construção. É bonito? É, mas é só uma construção. O que faz um lugar famoso ser especial para mim é a sensação que ele te faz sentir e esse especialmente não entra para o topo da minha lista nesse quesito, prefiro muito mais a caminhada de Bondi Beach. Mas não me entendam mal, isso é só a minha opinião.

Turismo feito em Sydney e com muito dificuldade nos despedimos dessa cidade e embarcamos nas 14 horas de ônibus para Coolangatta no sul da Gold Coast. Cidadezinha pequena, acolhedora, charmosa e com um surfe de alta qualidade. Não dava pra querer mais, o tipo de cidade que eu me amarro.

Logo que a gente chegou a gente nem quis saber de ir pro albergue. De mochila nas costas fomos direto pra praia e para nossa surpresa tava clássico. Umas direitas que quando conectavam deviam andar uns 150 metros, tamanho bom, formação boa, mas o crowd... também querer que não tivesse ninguém no mar era demais, ainda mais na Austrália que o filhinho ou filhinha ganha uma prancha quando faz 5 anos.

Saímos de lá, fizemos check-in no albergue, arrumamos uma prancha e fizemos aquela caída. E assim foram as duas noites que passamos por lá. Sem muitas emoções a não ser com um surfe ou outro, um rolé pela cidade e uma balada no sábado a noite. Nem chegamos a ir para Surfers Paradise que uma cidade grandinha e famosa ali do lado, mas pelo que falaram pra gente não tinha nada de Paradise lá então a gente passou.

Com isso acabou a nossa viagem pela Austrália. O resto foram burocracias como viagem de ônibus e ida para o aeroporto...

Ah, ainda temos um integrante na Austrália fazendo uma Road Trip pela costa leste do país então esperem mais novidades desse incrível país no blog do Ivan – http://ivan.nomadlife.org para quem ainda não sabe.

 

Cultura

A Austrália é muito criticada pelos turistas em geral no que diz respeito à cultura. A argumentação geral é de que a Austrália não tem cultura e muitos australianos concordam e se justificam dizendo que isso se deve ao país ser muito novo – Thomas Cook chegou na Austrália em 1790. Mas eu descordo violentamente desse ponto.

Se teve uma coisa que me agradou muito na Austrália foi a cultura do país. É verdade que eles não têm uma história muito impressionante e não tem heranças culturais muito antigas – a única seria a aborígene mas essa não se integrou muito a sociedade e parece ser simples história, no pouco que vi claro. Mas para mim essas pessoas não viram o verdadeiro australiano.

A cultura pra mim se expressa mais claramente no comportamento populacional e inconsciente e não em análises históricas. E nisso o povo australiano difere bastante dos outros que eu conheci. Eu acredito que exatamente por ser um povo tão novo ele incorporou elementos mais recentes da nossa sociedade.

A preocupação com a saúde e a qualidade de vida que é sempre tão falado em todos os lugares é vivido a risca na Austrália. Esportes em geral parecem ser amplamente praticados e o povo realmente passa uma imagem saudável e feliz. A sociedade australiana é muita aberta a novas idéias. O surfe e skate, que de certa forma são mal vistos no Brasil, são praticados não só por muitos mas esses muitos são mulheres, velhos e crianças. O slogan americano “somos um povo livre”, que na verdade está preso as ideologias da mídia, parece fazer muito mais sentido na Austrália.

O único fato lamentável, mas de certa forma uma conseqüência da cultura australiana, é o fato de poucos australianos se dedicarem a uma vida acadêmica. Acredito que devido a facilidade de conseguir emprego que pague bem com qualquer nível de escolaridade e com a intenção de aproveitar a vida ao máximo grande parte dos jovens escolhem por não entrar na faculdade. E isso com certeza vai afetar o país mais cedo ou mais tarde.

Ah, não precisa nem falar que eles são bem civilizados, né? Afinal colonizados por ingleses e tratando-se de um país de primeiro mundo, não podia ser diferente.

 

Esportes

Os australianos são apaixonados por esportes. A maioria sabe escolher muito bem os esportes a praticar, mas quando o assunto é torcer por esportes coletivos eles escolhem umas coisas meio estranhas.

Os esportes nacionais, que atraem multidões aos estádios e que está passando em todo bar que você entre não importa a hora são o Rugby e o Cricket. O primeiro é algo parecido com o futebol americano, mas dez vezes mais violento. O outro é o nosso famoso betis – ou seja lá como se escreve isso – que se trata de rebater a bolinha e ficar correndo de um lado pro outro enquanto o outro time tenta derrubar a sua base. Explicações chulas eu sei, mas o fato é que o futebol mal é citado.

Por todo país que passamos quando falávamos que éramos do Brasil sempre aparecia alguém falando “Ronaldinho”, ou “Kaká”, até “Pato” ouvimos e aqui na Austrália nada. Sem preconceito nenhum ao esporte deles, mas futebol é futebol!

Do surfe eu não preciso falar muito. Uma ilha daquele tamanho não tem como não ter onda boa em alguns lugares. A gente caiu em Snappers Super Banks que apesar de ser um fundo de areia tem ondas sensacionais. Mas também eu ouvi dizer que o fundo é artificial, não sei se eles fizeram o fundo uma vez pra rolar as ondas, ou se eles fazem o fundo constantemente ou se é tudo mentira. Mas que tinha onda boa, isso tinha!

Sobre todas as histórias de tubarão que a gente ouve falar, pelo que a gente viu não é nada disso. É tudo bem tranqüilo. Mesmo esquema da África do Sul, os bichinhos devem estar presentes em algumas poucas praias e é só você não cair ali por perto que está tudo certo.

 

Night Life

As noites de Sydney parecem ser muito boas. Uma cidade grande com várias opções que com certeza pelo menos uma delas vai agradar o seu gosto. Mas um comentário geral, feito tanto por mulheres quanto homens, é que a quantidade de homens é absurdamente maior independente do lugar que você sair.

A única noite que saímos foi numa terça a noite. Apesar de ser um dia de semana o lugar tava lotado! Pelo que nos falaram aquele era o lugar de terça-feira e ainda tinha cerveja de graça entre 9 e 10 da noite. Então já viu, todo mochileiro e estrangeiro pobre de Sydney estavam por lá.

Eu acho que 30% ou mais das pessoas ali eram brasileiras e menos de 10% eram australianas. Além da cerveja liberada o lugar também faz várias brincadeiras do tipo melhor dançarino, garota camisa molhada e a noite fica bem animada. Pelo que falaram esse lugar é bem diferente das outras boates de Sydney, pelo grande número de estrangeiros, mas foi bem bom.

Não posso falar dos outros lugares porque não fui, mas os brasileiros de Sydney falaram que as baladas são muito boas quase todos os dias da semana.

Em Gold Coast a gente tava numa cidadezinha pequena, mas mesmo assim rolou uma noite muito boa no sábado. Isso impressionou muito porque tinham nos falado que a gente não ia encontrar muito agito naquela cidade e que o agito principal ia rolar em Surfers Paradise então eu nem imagino como estava lá em Surfers.

 

Fotos

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O Ivan viajou e a gente acabou não pegando as fotos com ele e com isso eu fico devendo as fotos do nosso tour por Sydney...

domingo, fevereiro 10, 2008

A Quase Casa, Indonésia

Mais um mês de Indonésia. Parei pra pensar e percebi que nos últimos dois anos eu passei três meses nesse país, muito tempo até para um viajante. Percebi também que eu fui para Indonésia em 2006, 2007 e 2008, muitas vezes pra quem mal tinha se acostumado com a idéia de ir pela primeira vez. Coisas boas... quando você menos percebe já passou tanto tempo e quando você se dá conta parece que foi tudo por acaso.

Esse tempo todo nesse país fez diferença, a gente já tava praticamente em casa. Nos restaurantes os garçons já conheciam a gente e às vezes até adivinhavam os nossos pedidos. A gente já dirigia para todo lugar da ilha sem se perder nem pedir informação. Já fugia da policia quando sabíamos que eles só queriam propina – até ouvimos “Vocês estão falindo o meu negócio” de um policial que queria propina. Enfim, a gente desenrolava tudo no esquema mais local que um não-local conseguiria.

E no clima de fim de viagem aos poucos os Atromelados foram se separando. Primeiro partiram o Sósia e o Playboy. Sósia de volta para o Brasil e Playboy ainda tinha Taiti, Nova Zelândia e Argentina pela frente. Depois foi a vez do Pato ir embora, fazer compras nos EUA e encontrar com a Laura na Argentina. Era o fim de uma era! Apesar do grupo se separar algumas vezes essa era a primeira vez que a gente sabia que a gente só ia se encontrar de novo no Brasil.

É bem difícil explicar como foi viajar com essa galera. No início de 2006 tudo ainda era um sonho nas nossas cabeças e esses seis loucos acreditaram apesar de várias pessoas falarem que seria impossível. Chegando nos EUA ouvimos várias vezes que juntar o tanto de grana que queríamos seria um milagre, mas ninguém desacreditou. E aí começou a viagem e conhecer o mundo junto desse grupo foi mais do que podíamos esperar.

Toda a determinação, ambição e capacidade desse grupo não se encontra tão facilmente. Valeu galera, por tudo! No Brasil tem mais, mas enquanto isso fica a saudade!

O grupo simplesmente não podia se separar sem uma comemoração. E como a data da separação era 14 de janeiro, mais ou menos perto do meu aniversário, eu decidi bancar a comemoração de todo mundo. A noite ficou conhecida como a Noite Open Bar e gerou muitas histórias que com certeza não vão faltar oportunidades para contar quando a gente chegar no Brasil.

Durante a Indonésia o grupo também ganhou duas novas integrantes temporárias. Lisa e Carol, duas austríacas que passaram praticamente um mês com a gente. A Carol era a namoradinha do Felipe e a Lisa ficou com o Sósia até ele ir embora e depois ficou amiga do grupo e continuou andando com a gente. As duas até aceitaram o nosso convite de ir para Lombok e conheceram o jeito Atromelático de viajar, e sendo duas européias eu sei que isso gerou algumas surpresas.

Em Lombok novamente ficamos na pousada do Henry e pegamos umas ondas muito boas. Vale destacar o desempenho do Ivan que começou a dropar altas ondas e ficou viciado. Falando de onda, o mês inteiro não deixou a desejar. Como a gente estava mais exigente a gente não caia em qualquer mar, mas quando caia era surf de alto nível. Pegamos Ulu’Watu com altas ondas e com maré seca – uns 30 cm de profundidade em alguns lugares – o que gerou grandes sorrisos e alguns cortes no pé. Pegamos de novo um swell bom em Serangan e já começamos a ficar mais acostumados com as ondas grandes. Não é nenhuma novidade, mas realmente não deu para reclamar da qualidade do surf na Indonésia.

Ah, dessa vez a gente conseguiu visitar o café da australiana no topo de uma montanha beirando o mar de Kuta em Lombok e a vista é demais! Aquele pedaço de terra é realmente especial, quem tiver pensando em investir em terrenos internacionais Kuta Lombok é uma boa opção, pode acreditar. Depois a gente foi ver o pôr-do-sol de cima da pedra de Segal, muito show também.

Estávamos em Bali novamente na temporada de chuva e diferentemente do que aconteceu em Novembro e Dezembro dessa vez choveu até que bastante. E pela Lei de Murphy quando o carro tinha que quebrar? Exato! quando estivesse chovendo. Eu e o Ivan estávamos voltando de um surf em Serangan no meio de um temporal que fez a gente sair da água porque era impossível ver as ondas e o carro quebrou no meio do nada. A gente empurrou o carro em dois até um canto mais ou menos seguro e esperou até alguém passar pra pedir carona. Não demorou tanto e passou um carro com locais e dois gringos que quebraram o nosso galho e arrumaram um canto no carro deles e salvaram a nossa pele.

Com o fim da Indonésia chegando também chegava o meu aniversário. Pra comemorar a gente foi comer no Hard Rock Cafe. Desde que chegamos na Ásia a gente estava comendo bem, mas em restaurantes locais. Então comer um belo New York Steak de um restaurante do nível do Hard Rock foi sensacional!

Para finalizar fizemos o último surf em Serangan, vendemos as pranchas e arrumamos as malas para a nova e desconhecida Austrália que estava a nossa espera.

sábado, janeiro 26, 2008

Ansiedade e surpresa, mais uma vez Tailândia

Tranqüilidade nos olhos castanhos que refletem o pôr-do-sol rosa-amarelado atrás do mar verde esmeralda de Krabi. Num restaurante com os pés na areia, a brisa do mar avisando a noite que se aproxima. A tranqüilidade que muitas pessoas buscam estava ali, e eu sabia.

Era véspera de Natal. Um feriado familiar e eu estava sozinho, mas a certeza de tranqüilidade não me escapava. E com o rosto sereno e a felicidade explícita no sorriso paradoxalmente tímido decidi entender de onde veio essa certeza.

A viagem da Indonésia para Tailândia foi fácil. Fácil demais para falar a verdade, e isso começava a me incomodar. Com todas as viagens dos últimos tempos a ansiedade que precede o inesperado já não estava mais no olhar. No lugar ficou o medo de perder aquela parte da viagem que antecede a viagem.

Coloquei o pé na Tailândia pela segunda vez com o corpo cansado e o rosto abatido a espera de algo que aos poucos pudesse reanimar o meu espírito e devolver o gosto por viajar. Não tinha a menor idéia do que seria isso, mas esperava encontrar em algum lugar da Tailândia.

Fiquei alguns quatro ou cinco dias com os Atromelados em Bangkok acompanhado pelo cansaço e tédio do nada fazer. Uma noitada aqui, um campeonato de vídeo game ali e o instinto nômade começava a urgir, hora de ir embora. Colocando um basta na preguiça uma parte dos Atromelados partiu para Koh Tao e a outra para Koh Phi Phi.

Koh Phi Phi se mostrou uma decisão sábia. Uma ilha de águas verdes claras, corais coloridos, relevo desconcertante. Uma ilha de belezas naturais inacreditáveis, inconfundíveis e incomparáveis com tudo que vi até agora. Uma ilha que começou a apaziguar o espírito, relaxar o corpo e tranqüilizar a mente.

No olhar a ansiedade volta. Dessa vez com um brilho estranho, de quem sabe que ali já fez morada, mas que ainda não sabe exatamente o seu lugar. Sinal de que é chegada a hora de deixar o paraíso e seguir viagem. No caminho para Krabi me pego devaneando sobre o que me aguarda e o medo foge do olhar deixando espaço para sedutora vontade de ser surpreendido.

Depois de dois dias em um novo paraíso me vejo sozinho sentado em um restaurante com os pés na areia. Olho para o pôr-do-sol e sinto a brisa do mar no rosto. Vejo pessoas fazendo escalada, pessoas andando de caiaque, pessoas fazendo uma boa refeição. E não me surpreendo, nem um pouco, quando vejo o sorriso no rosto de todos. E no intervalo de um instante a tranqüilidade me encontra e deixa transparecer a felicidade. Ali estava eu, surpreendido, e como era bom.

Era véspera de Natal e me vendo sozinho eu agradeci a Deus pela lição aprendida e pelo privilégio de estar ali.

Depois de Krabi segui para Koh Pha Ngan em direção as famosas baladas de fim de ano. As festas foram ótimas e marcaram o fim da Tailândia, mas nada vai deixar mais saudades do que aqueles poucos segundos na praia de Krabi.

E a ansiedade novamente volta ao olhar trazendo consigo a vontade de ser surpreendido...

sábado, dezembro 29, 2007

Indonésia

Esse post vai ser um pouco mais caprichado, com direito a fotos e tudo mais. Afinal de contas esse mês na Indonésia foi sensacional! Espero que vocês consigam aproveitar essa parte da viagem o tanto quanto a gente aproveitou.

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Como as melhores coisas da vida a Indonésia veio de surpresa. Um pouco cansados do turismo tradicional decidimos tirar férias dentro das férias e para isso nada melhor do que praia, sol, água fresca e surfe!

seagol beachMas para aproveitar tudo isso ainda faltavam alguns detalhes. Compramos a passagem de ida e logo que chegamos a imigração não queria nos deixar entrar porque não tínhamos a passagem de volta. Depois de nos negarmos pagar a propina pedida pelos oficiais a única solução era comprar um bilhete de volta as 11 e meia da noite na área de Free Shop do aeroporto. Sem problemas! Com a esperança de achar uma internet wireless ligamos o laptop e não deu outra. Conectamos a internet compramos todas as passagens e passamos pela imigração vendo a cara frustrada dos oficiais que não conseguiram ganhar dinheiro em cima da gente.

PB151990Para economizar uma grana dormimos no aeroporto e pegamos o vôo pra Bali no dia seguinte a tarde. Chegando em Bali já dá pra sentir o clima de surfe no ar. Pra todo lugar que você olha tem lojas de surfe, motos e mais motos com uma prancha de surfe sendo carregada, os mapas de Bali mostram picos de surfe por todos os lados da ilha e por ai vai... Uma ilha onde o surfe gira todo o resto.

Pra aproveitar as ondas a gente ainda tinha que comprar as pran-chas. E prancha não falta em Bali, agora prancha boa e barata PB160015 já não é tão simples assim. Seguindo uma dica do Henry, brasileiro dono de uma pousada em Lombok, compramos todas as pranchas numa loja muito boa e com preços justos. Tudo isso numa operação que envolveu 13.6 Milhões de rúpias.

Com as pranchas compradas saímos os sete (não esqueçam que a Laura, a namoradinha do Pato, agora era parte do grupo) numa balsa, que demorou o dobro do que deveria, para Lombok. Com todos os pequenos problemas já resolvidos agora era só felicidade.

Sem muita civilização mas com muita onda e umas paisagens fenomenais, Lombok é a pedida certa pra quem tá querendo relaxar um pouco e surfar uma das ondas mais perfeitas do mundo. Com uma diversidade de corais, posicionamento dos picos e montanhas pra segurar o vento a região de Gerupuk tem uma constância e variedade impressionantes. O quê, logicamente, nos levou a ficar por ali pouco mais de duas semanas.

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Em Lombok a gente viveu de surfe por 16 dias. Eram duas caídas de três horas cada por dia. Não preciso nem falar que os braços e pernas mal agüentavam, mas era só pegar o barquinho e ver as ondas que as forças voltavam. Graças ao Playboy e ao Sósia, com suas máquinas subaquáticas, eu vou poder mostrar um pouco do que se trata o surfe na Indonésia. Eu sei que a onda ali de cima já deixa a expectativa, mas vamos colocar um surfista na onda.

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Serie3 - Rapa

Serie4 - Rapa

Serie5 - Rapa

Serie6 - Rapa

Serie7 - Rapa

 Depois de muito surfe em Lombok decidimos voltar pra Bali para mais surfe, talvez algumas compras, algumas baladas e um rápido turismo.

O surfe não deixou a gente ir no vulcão de Bali, mas o templo de Ulu'Watu não podia ficar sem uma visita. Além disso, passeamos um pouco pela cidade da prata de Bali e deixamos a cidade da madeira e das pinturas para a próxima visita em janeiro.

Indonesia - Uluwatu   PC070025

As baladas não estavam das melhores porque a alta temporada em Bali é Julho e Agosto, mas mesmo assim não dá pra reclamar muito. As compras não foram muitas porque mesmo que Bali tenha roupas de surfe bem baratas todo mundo tá quebrado, ou seja, nada de compras.

 Mas o surfe, esse sim não deixou nem um pouco a desejar. Nos nossos últimos dias em Bali entrou um swell de 7 pés e o vento deu uma acalmada. Resultado ondas perfeitas por toda a ilha! Pegamos Ulu'Watu e Serangan com um tamanho que beirava o assustador! Infelizmente não tem foto para comprovar, mas com um mar desse tamanho ninguém era doido de entrar com a máquina e ficar tomando onda na cabeça.

Depois de tudo isso deixamos a Laurinha no aeroporto a caminho da Inglaterra e partimos de volta para Tailândia, de onde escrevo esse post debaixo de uma árvore em frente a praia perto de uma montanha de escalada e depois de um peixe delicioso! Ê vida boa!

Um grande abraço a todos e até a próxima!

domingo, dezembro 23, 2007

Tailândia

Finalmente tentando colocar as coisas em dia por aqui. Segue ai um supercombo de dois post de uma vez só! Um grande abraço e boas férias a todos.

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Depois da Índia a Tailândia parecia primeiríssimo mundo. Chegando no aeroporto já vimos modernidade, funcionalidade, design e todas essas frescuras de quem tem mais dinheiro pra gastar e impressionar os outros. O esquema dos táxis do aeroporto era organizado e não tinha ninguém te enchendo o saco o tempo todo. Saímos do aeroporto pensando “Civilização de novo, ainda bem!”.

Seguindo a dicas dos outros atromelados a gente pegou o táxi pra Khao San Road, a rua onde praticamente todos os estrangeiros ficam hospedados e onde ficam boa parte dos bares e boates da cidade.

Logo na primeira noite da chegada a gente marcou o primeiro reencontro dos seis atromelados depois de sair dos EUA. Muito irado ver todo mundo junto de novo, cada um com estórias novas e experiências diferentes. E pensar que tinha passado só 4 meses e meio desde que a gente se separou e que agora a gente tava numa realidade totalmente diferente e tinha vivido tanta coisa nova, mas ao mesmo tempo todo mundo era o mesmo.

Nesse dia a gente saiu passeando pela Khao San e encontramos uma barraquinha que vendia insetos fritos. Como a gente tem que experimentar as comidas típicas de cada país – tá achando que viajar é só tranqüilidade? – essa não podia passar direto. Pedimos umas sacolinhas com grilos, baratas, umas minhoquinhas e outras coisas que eu nem sabia exatamente o que eram. O cara da barraca colocou um molho e a gente mandou pra dentro. E pra falar a verdade nem é ruim, é até bem crocante!

O plano era ficar em Bangkok por duas ou três noites somente. Era só o tempo necessário pra todo mundo se reencontrar e a gente conseguir fazer o planos para ir para o norte da Tailândia. E foi exatamente o que a gente fez. Depois de três noite a gente partiu de ônibus para Chang Mai.

Cidade bem mais calma que Bangkok, exatamente como nos tinham falado. A gente logo marcou um trekking de dois dias pela região. Nesse treking a gente conheceu a tribo das mulheres do pescoço grande – aquelas que desde criancinha colocam uns anéis em volta do pescoço para ir aumentando o comprimento do mesmo; andou de elefante – muitos simpáticos esses bichinhos, uns olhos pretos grandes e tristonhos, parecem que sempre estão pedindo atenção; fez rafting – mesmo sendo um nível bem tranqüilo já foi bem irado; comeu comida típica e dormiu numas barraquinhas típicas; e, claro, andou de montão.

Nos outros dias a gente visitou alguns templos e saiu para alguns barzinhos que tinham perto da nossa Guest House. Num desses barzinhos a gente conheceu umas americanas que falaram pra gente que no fim de semana ia ter um Festival de Reggae na cidade vizinha e que a gente tinha que ir. Pra não contrariar a gente foi e já na ida conheceu uma inglesinha que, mal sabíamos, ainda teria um papel maior na viagem.

Chegamos em Pai em meio a uma rua movimentada de turista e restaurantes para todos os lados. Claro que a primeira idéia que veio na cabeça era que o festival ia ser supimpa. Mas como a gente nunca dá muita sorte com essas coisas o festival era muito ruim! O povo que tava na cidade não parecia ser muito de festa, durante o dia a cidade estava cheia, mas a noite era difícil achar algum lugar que valesse a pena...

Já meio que no clima de ir embora juntamos todos os atromelados para fazer os próximos planos. A princípio a gente iria para Laos, Camboja e, talvez, desse um pulo no Vietnã. Mas a vida é uma caixinha de surpresas! No meio dessa conversa de planos futuros surgiu a idéia de ir pra Indonésia fazer um mês de surfe e depois voltar para a Tailândia para conhecer as ilhas do Sul e passar o Natal e o Ano Novo. Rapidamente a idéia foi sendo aceita e a gente correu pra internet pra pesquisar preços e comprar as passagens antes que alguém desistisse.

As passagens saiam de Bangkok então a gente tinha que começar nossa viagem de volta para a capital. No meio dessa viagem de volta a gente encontrou de novo com a inglesinha da ida e o Pato não perdeu tempo e agregou ela ao grupo. Não sei como, mas o Pato conseguiu convencer a Laurinha (a inglesa) a ir para a Indonésia também. E com isso a Laura se tornou uma atromelada por um mês com direito a dormir no aeroporto e todas as outras regalias de um atromelado de verdade.

Assim acabou a primeira pernada pela Tailândia. Em breve eu coloco o post de como foram as ilhas paradisíacas de águas verdes cristalinas do Sul da Tailândia...

Sonhos de um Viajante

Acordei. Meio cansado, meio sem saber onde estava. Confundindo sonho com realidade. Onde é que eu estava mesmo? Tailândia, Indonésia, Brasil? Calma, espreguiça. Começa tudo de novo.

Acordei, hoje é sábado dia 8 de dezembro e eu estou em Bali. Pronto, bom recomeço. Caramba, ainda são 6:30 da manhã! Depois de todo esse esforço mental não vai dá pra dormir de novo. Sobre o quê que eu tava sonhando mesmo? Vamos lá, mais esforço mental.

Era Natal e a família toda estava reunida. Avó, tios, primos, como a família tá grande. Eu olhava para todos os lados e eu não estava. Fiz as contas – sim, até nos sonhos – já era o quarto natal seguido que eu não passava com a minha família. Depois disso a imagem some e eu apareço na adega de vinho do meu tio – que eu nem sei como é na realidade porque foi construída enquanto eu estava viajando – e era aniversário da minha madrinha. Mas, calma ai!, aniversário da minha madrinha quer dizer que é meu aniversário também. Novamente, olhava para todos os lados e eu não estava em meio a família reunida. Fiz as contas de novo, já era o quinto aniversário seguido e o sexto nos últimos sete anos que eu não passava com a minha família...

A imagem muda de novo. Dessa vez era o Lulito, meu sobrinho. E como o moleque tava grande! Ele tava no Clube Libanês nadando de um lado pro outro da piscina. Minha irmã e minha mãe assistiam animadas da borda da e nem sinal da minha presença. A visão fica turva, mas logo retoma o foco. Agora estava num churrasco da faculdade. A galera do meu apartamento estava por lá, os amigos mais próximos da turma atual e das turmas passadas estavam juntos com o pessoal da AIESEC que não deixava de marcar presença. Sem muito sentido – afinal é um sonho – vejo também os amigos de Vitória, a galera da natação e mais alguns amigos de escola. Caramba, como foi que eu consegui juntar todo mundo? Mas eu não juntei ninguém, eu nem estava no churrasco...

Acordei. Meio cansado, meio sem saber onde estava. Confundindo sonho com realidade. Onde é que eu estava mesmo? Tailândia, Indonésia, Brasil? Calma, espreguiça e pensa.
“Nada mal, heim, subconsciente, passou a mensagem direitinho. Como eu gosto desse país e das pessoas de lá... Mas desculpa a insensibilidade, sonho, eu sei que você e o subconsciente não entendem que é por isso que eu viajo tanto. Mas só assim pra eu aprender a dar mais valor as coisas importantes da vida...”

Recuperando a consciência e deixando a sub ir descansar lembro o dia e olho a hora. Acordei, hoje é sábado dia 8 de dezembro e eu estou em Bali. Pronto, bom recomeço. Caramba, ainda são 6:30 da manhã! Depois de todo esse esforço mental não vai dá pra dormir de no... ZZZZzzzzzZZZZzzzz


Sei que não é o mesmo que um bom abraço de Natal e Ano Novo, mas devido à distância isso é o melhor que eu posso fazer. Saibam que mesmo desaparecendo sem notícias por um tempo a saudade sempre existe.

Feliz Nata e Feliz Ano Novo para todos!!!