terça-feira, fevereiro 12, 2008

Atromelática na Austrália – Sua Revista Virtual

Só para não cair na mesmice to colocando mais um post diferente. Um grande abraço e até breve!

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Editorial

E com muito orgulho que apresento a remodulação da nossa resvista virtual. Depois de mais de um ano no mercado a equipe de design caprichou, os repórteres gostaram da liberdade que receberam e quem ganha é o leitor.

Com um conteúdo mais dinâmico e uma perspectiva mais focada agora será possível acompanhar as partes que te interessam mais facilmente. E nada melhor que uma estréia falando sobre um dos países que mais desperta interesse do turismo jovem internacional, a Austrália. Então aproveitem a primeira e única edição da Revista Atromelática.

Cheers mate!

 

Turismo

O turismo na Austrália, como se espera, é simples e direto. Nada de ficar esperto para fugir de esquemas como acontece nos países de terceiro mundo. Mas por outro lado nada de vida barata. Para aproveitar bem a Austrália, mesmo num orçamento apertado, considere um gasto de pelo menos 80 dólares americanos por dia. Caro? Sim! Pode pegar o seu orçamento de Europa e encaixar na Austrália que cai como uma luva.

Mas ao contrário da Europa a Austrália é nova e o turismo por aqui é completamente diferente. Sem muitas igrejas e museus famosos a Austrália talvez peque um pouco no charme, mas compensa, e muito, no estilo de vida relaxado, nas praias e no turismo de aventura.

Com dimensões continentais viajar pela Austrália poderia ser complicado, mas com um transporte rodoviário pontual, um transporte aéreo barato – a Austrália conta com duas empresas low fare – e um transporte ferroviário confortável opções não faltam para o viajante de todos os propósitos e orçamentos.

O alojamento também causa preocupação zero. Todo o território é bem servido de albergues de alto nível. Mas a pesquisa no hostelworld.com sempre é válida para encontrar aquela pechincha e para ler as opiniões dos outros viajantes sobre as facilidades e localização.

Agora que todos estão familiarizados com o jeitão da Austrália vamos aos específicos. Devido a um tempo limitado e um orçamento um tanto quanto apertado – mochileiros em fim de viagem sabem muito bem o que é isso – os Atromelados ficaram um tanto quanto limitados nesse país. Eu, Ivan e Felipe passamos três noites e quatro dias em Sydney e depois nos separamos. O Ivan foi para Sunshine Coast encontrar com o irmão dele e eu e Felipe partimos para Gold Coast para conhecer um dos melhores picos de surfe da Austrália.

O turismo em Sydney foi muito facilitado por uma amiga de infância do Ivan – valeu Jamile! – que levou a gente para os principais pontos turísticos da cidade. Quer dizer, na verdade ela levou a gente para os principais pontos turísticos que em consenso valiam à pena. Eu sei que muita gente gosta de aquário, mas por consenso decidimos não conhecer o famoso aquário de Sydney. Em troca a Jamile nos apresentou um barzinho australiano e a gente gastou os 25 dólares do ingresso, e mais um pouco, na boa e forte cerveja australiana.

Como a Jamile mora a algumas poucas quadras da famosa Bondi Beach acabamos fazendo daquele lugar o nosso cantinho favorito da cidade. E pra falar a verdade o lugar é demais! Uma praia bem bonita com umas ondas no canto direito, uma pista de skate das boas e um calçadão que te leva pela praia e para outras praias pelo meio de algumas pedras na beira-mar. Simplesmente espetacular! Eu tinha feito essa caminhada e achei muito show e pensei comigo mesmo “pena que muitas das pessoas que vem pra cá não devem nem ouvir falar dessa caminhada”, mas pra minha surpresa eu li num guia de viagens que essa é uma das caminhadas mais famosas de Sydney.

Antes de continuar um fato que não pode passar despercebido na Austrália é como as pessoas aproveitam a vida. Andando pela praia parece que ninguém está muito preocupado com trabalho ou com a vida em geral. O número de surfistas, tanto homens quanto mulheres, é assustador. Parece que todos os australianos surfam! E na pista de skate dava pra ver crianças, meninas e velhos dividindo a mesma pista, muito show. Além disso, não era brincadeira o número de pessoas que passavam correndo e fazendo o exercício diário enquanto a gente se encantava com o lugar.

Em Bondi ainda fomos apresentados a casa e amigos da Jamile de uma forma um tanto barulhenta. Depois de chegar de uma festa a gente foi dormir no sofá da casa da Jamile e fez um pouquinho de barulho acordando todo mundo que tinha aula no dia seguinte as 8 da manhã. Eu já tava achando que ia acordar no outro dia morto ou pelo menos odiado pra sempre pela galera, mas o pessoal é gente boa demais e depois de trocar algumas idéias tudo ficou de boa. Bem interessante ver a galera morando num esquema parecido com o que a gente morava nos EUA um ano atrás, boas lembranças. Valeu por tudo galera, foi mal pelo barulho e prazer demais conhecer vocês.

Sim claro, o turismo em Sydney... Infelizmente o clima não cooperou muito com a gente e a chuva não deu trégua. Mas num dia que o céu abriu a gente saiu com a Jamile para conhecer Sydney. Saindo do nosso albergue no centro da cidade a gente foi andando até a Harbor Brigde e o Opera House – as construções que aparecem em 99% dos cartões postais de Sydney. Mas antes de chegar passamos pelo Hyde Park e mais alguns parques e lugares importantes/interessantes, mas vocês já devem saber que isso não me atrai tanto então não esperem que lembre os nomes.

O Opera House e a Harbor Bridge são até bem legais. Ficam bem localizados na cidade, tem uma vista boa e como o clima tava agradável dava pra passar um bom tempo a toa ali por perto. Mas é aquele negócio, é só uma construção. É bonito? É, mas é só uma construção. O que faz um lugar famoso ser especial para mim é a sensação que ele te faz sentir e esse especialmente não entra para o topo da minha lista nesse quesito, prefiro muito mais a caminhada de Bondi Beach. Mas não me entendam mal, isso é só a minha opinião.

Turismo feito em Sydney e com muito dificuldade nos despedimos dessa cidade e embarcamos nas 14 horas de ônibus para Coolangatta no sul da Gold Coast. Cidadezinha pequena, acolhedora, charmosa e com um surfe de alta qualidade. Não dava pra querer mais, o tipo de cidade que eu me amarro.

Logo que a gente chegou a gente nem quis saber de ir pro albergue. De mochila nas costas fomos direto pra praia e para nossa surpresa tava clássico. Umas direitas que quando conectavam deviam andar uns 150 metros, tamanho bom, formação boa, mas o crowd... também querer que não tivesse ninguém no mar era demais, ainda mais na Austrália que o filhinho ou filhinha ganha uma prancha quando faz 5 anos.

Saímos de lá, fizemos check-in no albergue, arrumamos uma prancha e fizemos aquela caída. E assim foram as duas noites que passamos por lá. Sem muitas emoções a não ser com um surfe ou outro, um rolé pela cidade e uma balada no sábado a noite. Nem chegamos a ir para Surfers Paradise que uma cidade grandinha e famosa ali do lado, mas pelo que falaram pra gente não tinha nada de Paradise lá então a gente passou.

Com isso acabou a nossa viagem pela Austrália. O resto foram burocracias como viagem de ônibus e ida para o aeroporto...

Ah, ainda temos um integrante na Austrália fazendo uma Road Trip pela costa leste do país então esperem mais novidades desse incrível país no blog do Ivan – http://ivan.nomadlife.org para quem ainda não sabe.

 

Cultura

A Austrália é muito criticada pelos turistas em geral no que diz respeito à cultura. A argumentação geral é de que a Austrália não tem cultura e muitos australianos concordam e se justificam dizendo que isso se deve ao país ser muito novo – Thomas Cook chegou na Austrália em 1790. Mas eu descordo violentamente desse ponto.

Se teve uma coisa que me agradou muito na Austrália foi a cultura do país. É verdade que eles não têm uma história muito impressionante e não tem heranças culturais muito antigas – a única seria a aborígene mas essa não se integrou muito a sociedade e parece ser simples história, no pouco que vi claro. Mas para mim essas pessoas não viram o verdadeiro australiano.

A cultura pra mim se expressa mais claramente no comportamento populacional e inconsciente e não em análises históricas. E nisso o povo australiano difere bastante dos outros que eu conheci. Eu acredito que exatamente por ser um povo tão novo ele incorporou elementos mais recentes da nossa sociedade.

A preocupação com a saúde e a qualidade de vida que é sempre tão falado em todos os lugares é vivido a risca na Austrália. Esportes em geral parecem ser amplamente praticados e o povo realmente passa uma imagem saudável e feliz. A sociedade australiana é muita aberta a novas idéias. O surfe e skate, que de certa forma são mal vistos no Brasil, são praticados não só por muitos mas esses muitos são mulheres, velhos e crianças. O slogan americano “somos um povo livre”, que na verdade está preso as ideologias da mídia, parece fazer muito mais sentido na Austrália.

O único fato lamentável, mas de certa forma uma conseqüência da cultura australiana, é o fato de poucos australianos se dedicarem a uma vida acadêmica. Acredito que devido a facilidade de conseguir emprego que pague bem com qualquer nível de escolaridade e com a intenção de aproveitar a vida ao máximo grande parte dos jovens escolhem por não entrar na faculdade. E isso com certeza vai afetar o país mais cedo ou mais tarde.

Ah, não precisa nem falar que eles são bem civilizados, né? Afinal colonizados por ingleses e tratando-se de um país de primeiro mundo, não podia ser diferente.

 

Esportes

Os australianos são apaixonados por esportes. A maioria sabe escolher muito bem os esportes a praticar, mas quando o assunto é torcer por esportes coletivos eles escolhem umas coisas meio estranhas.

Os esportes nacionais, que atraem multidões aos estádios e que está passando em todo bar que você entre não importa a hora são o Rugby e o Cricket. O primeiro é algo parecido com o futebol americano, mas dez vezes mais violento. O outro é o nosso famoso betis – ou seja lá como se escreve isso – que se trata de rebater a bolinha e ficar correndo de um lado pro outro enquanto o outro time tenta derrubar a sua base. Explicações chulas eu sei, mas o fato é que o futebol mal é citado.

Por todo país que passamos quando falávamos que éramos do Brasil sempre aparecia alguém falando “Ronaldinho”, ou “Kaká”, até “Pato” ouvimos e aqui na Austrália nada. Sem preconceito nenhum ao esporte deles, mas futebol é futebol!

Do surfe eu não preciso falar muito. Uma ilha daquele tamanho não tem como não ter onda boa em alguns lugares. A gente caiu em Snappers Super Banks que apesar de ser um fundo de areia tem ondas sensacionais. Mas também eu ouvi dizer que o fundo é artificial, não sei se eles fizeram o fundo uma vez pra rolar as ondas, ou se eles fazem o fundo constantemente ou se é tudo mentira. Mas que tinha onda boa, isso tinha!

Sobre todas as histórias de tubarão que a gente ouve falar, pelo que a gente viu não é nada disso. É tudo bem tranqüilo. Mesmo esquema da África do Sul, os bichinhos devem estar presentes em algumas poucas praias e é só você não cair ali por perto que está tudo certo.

 

Night Life

As noites de Sydney parecem ser muito boas. Uma cidade grande com várias opções que com certeza pelo menos uma delas vai agradar o seu gosto. Mas um comentário geral, feito tanto por mulheres quanto homens, é que a quantidade de homens é absurdamente maior independente do lugar que você sair.

A única noite que saímos foi numa terça a noite. Apesar de ser um dia de semana o lugar tava lotado! Pelo que nos falaram aquele era o lugar de terça-feira e ainda tinha cerveja de graça entre 9 e 10 da noite. Então já viu, todo mochileiro e estrangeiro pobre de Sydney estavam por lá.

Eu acho que 30% ou mais das pessoas ali eram brasileiras e menos de 10% eram australianas. Além da cerveja liberada o lugar também faz várias brincadeiras do tipo melhor dançarino, garota camisa molhada e a noite fica bem animada. Pelo que falaram esse lugar é bem diferente das outras boates de Sydney, pelo grande número de estrangeiros, mas foi bem bom.

Não posso falar dos outros lugares porque não fui, mas os brasileiros de Sydney falaram que as baladas são muito boas quase todos os dias da semana.

Em Gold Coast a gente tava numa cidadezinha pequena, mas mesmo assim rolou uma noite muito boa no sábado. Isso impressionou muito porque tinham nos falado que a gente não ia encontrar muito agito naquela cidade e que o agito principal ia rolar em Surfers Paradise então eu nem imagino como estava lá em Surfers.

 

Fotos

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O Ivan viajou e a gente acabou não pegando as fotos com ele e com isso eu fico devendo as fotos do nosso tour por Sydney...

Um comentário:

Clarissa Viana disse...

huahauhauhauhau
Adorei essa sua faceta jornalística!
Mais um pouco e voce tá contratado pra fazer o site com a gente - de graça, é lógico! hehehehehe

Ah, nem li tudo, mas adorei o formato da Revista Atromelática!!!!

Acho que a essa hora voce ou tá no Rio ou já tá em casa..

Um beijo