sábado, janeiro 26, 2008

Ansiedade e surpresa, mais uma vez Tailândia

Tranqüilidade nos olhos castanhos que refletem o pôr-do-sol rosa-amarelado atrás do mar verde esmeralda de Krabi. Num restaurante com os pés na areia, a brisa do mar avisando a noite que se aproxima. A tranqüilidade que muitas pessoas buscam estava ali, e eu sabia.

Era véspera de Natal. Um feriado familiar e eu estava sozinho, mas a certeza de tranqüilidade não me escapava. E com o rosto sereno e a felicidade explícita no sorriso paradoxalmente tímido decidi entender de onde veio essa certeza.

A viagem da Indonésia para Tailândia foi fácil. Fácil demais para falar a verdade, e isso começava a me incomodar. Com todas as viagens dos últimos tempos a ansiedade que precede o inesperado já não estava mais no olhar. No lugar ficou o medo de perder aquela parte da viagem que antecede a viagem.

Coloquei o pé na Tailândia pela segunda vez com o corpo cansado e o rosto abatido a espera de algo que aos poucos pudesse reanimar o meu espírito e devolver o gosto por viajar. Não tinha a menor idéia do que seria isso, mas esperava encontrar em algum lugar da Tailândia.

Fiquei alguns quatro ou cinco dias com os Atromelados em Bangkok acompanhado pelo cansaço e tédio do nada fazer. Uma noitada aqui, um campeonato de vídeo game ali e o instinto nômade começava a urgir, hora de ir embora. Colocando um basta na preguiça uma parte dos Atromelados partiu para Koh Tao e a outra para Koh Phi Phi.

Koh Phi Phi se mostrou uma decisão sábia. Uma ilha de águas verdes claras, corais coloridos, relevo desconcertante. Uma ilha de belezas naturais inacreditáveis, inconfundíveis e incomparáveis com tudo que vi até agora. Uma ilha que começou a apaziguar o espírito, relaxar o corpo e tranqüilizar a mente.

No olhar a ansiedade volta. Dessa vez com um brilho estranho, de quem sabe que ali já fez morada, mas que ainda não sabe exatamente o seu lugar. Sinal de que é chegada a hora de deixar o paraíso e seguir viagem. No caminho para Krabi me pego devaneando sobre o que me aguarda e o medo foge do olhar deixando espaço para sedutora vontade de ser surpreendido.

Depois de dois dias em um novo paraíso me vejo sozinho sentado em um restaurante com os pés na areia. Olho para o pôr-do-sol e sinto a brisa do mar no rosto. Vejo pessoas fazendo escalada, pessoas andando de caiaque, pessoas fazendo uma boa refeição. E não me surpreendo, nem um pouco, quando vejo o sorriso no rosto de todos. E no intervalo de um instante a tranqüilidade me encontra e deixa transparecer a felicidade. Ali estava eu, surpreendido, e como era bom.

Era véspera de Natal e me vendo sozinho eu agradeci a Deus pela lição aprendida e pelo privilégio de estar ali.

Depois de Krabi segui para Koh Pha Ngan em direção as famosas baladas de fim de ano. As festas foram ótimas e marcaram o fim da Tailândia, mas nada vai deixar mais saudades do que aqueles poucos segundos na praia de Krabi.

E a ansiedade novamente volta ao olhar trazendo consigo a vontade de ser surpreendido...

3 comentários:

Clarissa Viana disse...

êêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêê post novo!
adorei!
não sabia muito bem qual era a graça de ir pra Tailândia, depois ir pra Indonésia e voltar pra Tailândia, mas enfim...
e a Tailândia pareceu ter mais graça depois desse post!

O meu postal da Indonésia chegou, adorei mesmo! Principalmente a parte da atromelada honorária! hehehehe

Bom, espero que o resto da trip seja bom!

Beijos e boa Oceania (?!?!?!)

Anônimo disse...

Cadi, fiquei emocionada! Adorei as palavras e a sentimentalidade do texto. Fez um bem danado à alma. Sereno, maduro, apaixonado e humano. A transformação está feita. Que venha o novo homem, que bons ventos o tragam e que muita luz ilumine os seus novos passos.
Beijos,
Natasha

Anônimo disse...

Cadi, fiquei emocionada! Adorei as palavras e a sentimentalidade do texto. Fez um bem danado à alma. Sereno, maduro, apaixonado e humano. A transformação está feita. Que venha o novo homem, que bons ventos o tragam e que muita luz ilumine os seus novos passos.
Beijos,
Natasha