sexta-feira, janeiro 26, 2007

1000 Dólares de Bobeira

Estava eu no refeitório do cassino em um dos dois intervalos de meia hora que eu tenho durante o trabalho e eu encontro com a Inara. Sabendo do meu desespero para juntar grana e conseguir um segundo emprego ela prontamente me avisa que conseguiu um segundo emprego numa barraquinha de cachorro quente durante um campeonato de poker que estava rolando no cassino próximo. No mesmo instante eu já combinei de ir lá com ela após o trabalho e tentar arrumar um emprego no mesmo lugar.

Assim foi, saímos do trabalho e chegamos no Borgata. Ficamos trocando uma idéia até dar a hora de ela começar a trabalhar e o chefe dela chegar. Finalmente o chefe chegou e eu fui oferecer meus serviços para a barraquinha de cachorro quente dele. No começo ele falou que não precisa mais de ajuda, mas com o tempo e com um pequeno apelo emocional – afinal, soa bem falar que eu preciso da grana pra pagar a minha universidade – ele se mostrou mais empenhado em me ajudar e pegou o meu telefone pra me ligar no máximo dentro de dois dias.

Depois dessa rápida conversa eu olhei a hora e eram 11:20. Como o transporte público não é o forte dos Estados Unidos o próximo ônibus só passaria por lá as 11:50. Tinha meia hora pra enrolar e estava num cassino. Logo, pensei: “Vou jogar uns 10 dólares numa dessas maquininhas pra passar o tempo até a hora do ônibus. Se eu perder a grana pelo menos serviu para passar o tempo”. Fui então jogar, encontrei uma máquina que me agradou, coloquei as minhas 10 doletas e comecei a apertar o botãozinho. Depois de uns 20 minutos eu já tava quase sem dinheiro, mas daí eu ganhei um prêmio de 20 dólares. Tava perto da hora do ônibus e tinha acabado de dobrar o meu dinheiro, então peguei a minha grana e fui pro ponto esperar o ônibus.

Obviamente, o cara não me ligou dentro dos dois dias como prometido e daí decidi ir novamente falar com ele. Cheguei lá eram quase nove horas, a Inara só começava a trabalhar as 9:30 e o chefe também só ia chegar nesse hora. Daí decidi ir novamente jogar no cassino enquanto não dava a hora (podem ficar calmos que eu ainda não sou um jogador viciado). A Inara, como não tinha nada pra fazer, foi me acompanhar. No meio daquele mundo de máquinas eu decidi procurar a mesma máquina que eu tinha jogado antes, não porque eu achava que aquela era a minha máquina da sorte mas pelo simples fato de que existem máquinas em que os prêmios são muito altos entretanto a probabilidade de ganhar é muito baixa, e existem máquinas em que os prêmios são mais baixos e a probabilidade de ganhar é maior e aquela máquina apresentava prêmios relativamente baixos.

Achei a máquina e coloquei os meus vinte dólares. Comecei a apertar o botãozinho e nada de eu ganhar. Tipo, da outra vez quase toda rodada eu ganhava alguma coisinha, eram prêmios bem baixos perto de um dólar, mas dessa vez eu não ganhava praticamente nada. Meus vinte dólares estavam indo embora muito rápido e a Inara do meu lado já tava espantada. Depois de menos de cinco minutos eu só tinha pouco mais de 7 dólares sobrando e foi aí que aconteceu o inacreditável! Ganhei um jackpot de 1.500 dólares!

Como o prêmio era acima de 1.200 dólares a máquina não pagava por si só, eu tinha que esperar um atendente para me pagar a grana em pessoa. Bem rapidinho chegou a mulherzinha pedindo identidade e eu tentei mostrar um documento americano, mas ela fez uma cara de que não gostou muito não. Daí eu lembrei que eu tava com o meu passaporte na mochila, entreguei o passaporte e ela o levou pra acertar a papelada e falou que já voltava com a grana.

Minutos depois ela volta pra me perguntar meu endereço no Brasil e para me avisar que como eu sou estrangeiro ela vai ter que descontar os impostos do prêmio antes mesmo de me pagar. Como eu não tinha o que fazer, eu escrevi o meu endereço e falei que tudo bem. Mais um tempinho de espera e ela volta com a grana exatamente 1.005 doletas! De primeira eu fiquei meio revoltado 33% de imposto, inaceitável! Tinha acabado de dar 495 dólares pro governo americano fazer guerra no Iraque, mas tudo bem 1.000 dólares ainda são 1.000 dólares.

Peguei a grana e já era mais de 9:30, ou seja, hora de ir falar com o chefe. Chegando lá eu descobri que o chefe só chegaria meio dia, mas a mãe dele estava lá. Fui falar com ela e expliquei toda a situação. Ela disse pra eu ficar despreocupado que o filho dela ia me ligar. Fui embora pra casa muito feliz.

Eis que ontem eu estava voltando do meu almoço no Burger King e o meu celular toca. Era o cara da barraquinha de cachorro quente perguntando quais eram os meus horários disponíveis e disse que no fim de semana ele me ligaria de novo e que muito provavelmente ele teria um emprego pra mim. Nem tava esperando muito isso e novamente fiquei muito feliz.

Depois dessa ligação e do fato de eu ter ganhado 1.000 dólares no cassino várias pessoas vieram falar comigo de como eu estava com sorte. Sem entender muito eu comecei a pensar sobre isso e percebi que esse esquema de sorte não é nem de perto a minha forma de encarar a vida.

Não foi sorte o cara do cachorro quente ter me ligado. Eu pedi emprego em mais de 20 lugares e alguma hora alguém ia ter que ligar. O fato de ele ter me ligado se deve totalmente ao meu esforço e não a sorte.

Sobre a grana do cassino eu também não acredito na minha sorte de ter ganhado. Aquelas maquininhas não sabem quem está apertando o botão, ou se essa pessoa está apertando o botão com a mão esquerda ou direita, ou se ele(a) deu três pulinho antes de apertar o botão... trate-se simplesmente de um processo aleatório que a faz funcionar. Eu fui lá colocar 20 dólares na máquina e assim como eu ganhei 1.000 dólares eu podia ter perdido 20. Eu assumi um risco e fui recompensado assim como poderia ser punido.

Concluindo, eu não acredito em sorte. Eu acredito no esforço que você desprende, na sua determinação e na sua capacidade de assumir riscos.

Foi mal se os últimos parágrafos ficaram perdidos no meio do texto, mas, como eu falei em um dos posts desse blog, as vezes eu vou colocar uns pensamentos malucos por aqui.

7 comentários:

Unknown disse...

Bixo Camatta...estive lendo seus posts, cara, vc eh o cara!! hahaha... que Deus te proteja sempre nessa sua jornada ae e que vc alcance todos seus objetivos, tenho certeza que alcancará.. Grande abraço e sucesso.. Ricardo Tosi (Porcão)

pato disse...

Fala Rapa,
diga o que disser, e um cagao de uma figa!
Sobre as maquinas, ha de se comentar, e um processo pseudoaleatorio, nitidamente programado para que a maquina acumule din din no longo prazo, entao nao e muito que um risco de perder, mas sim um risco de ganhar!

Bernardo disse...

bom, Quem não arrisca não petisca...

vamos dizer que vc se dedicou muito pra arrumar as malas, e quando o trem passou, ali estava você, de malas prontas pra embarcar...

to gostando das histórias.. hehehe... e dos pensamentos tbm... sou meio maluco tbm! heaiuheiuah..
abração cadera

Anônimo disse...

cadeira vc eh um rapaz de muita sorte , hauahuahuahauha , ou vc realmente acredita q vc me conheceu por mera ironia do destino ... muleke muito bom falar com vc abracaooo
e tamo ae na atividade eh nois
um bjaoooo

José Garajau disse...

voce eh um cagao richard!!

acho que agora nem vai querer mais se mudar ne
hahahahahaah

rapaz, vou dar uma volta por ai antes de ir pra casa pra ver se tiro a sorte grande tambem, sabia?
ahhahaah

grande abraco cara, cuida-te ai....
mande lembrancas a todos!

e let's get the dollars!!

abracao

Anônimo disse...

vai ter sorte assim
lá ñ sei onde....
mas bem q seu jeiinho ajuda
hehe ;)
continue assim!

BjOs =***

Anônimo disse...

Cadiiiiii
to sempre lendo esse "livro" aqui!!!
gosto de saber da vida dos outros hahahaha
mas oh, acho q vc teve sorte no cassino, sempre joguei e nunca ganhei mais de 10 dolares, ou eu que sou azarada heheeh
mas que bom que esta tudo bem com você!!!
bjao