terça-feira, setembro 18, 2007

Antiquada Rebeldia de um Jovem Inerte

Mais um daqueles posts estranhos de pensamentos perdidos...


Campo de Concentração de Aushwitz, lugar triste marcado na história e na vida de mais de um milhão e meio de pessoas que passaram seus últimos momentos entre essas grades. História essa já muito forte e intensa, mas fomos realmente tocados quando vimos um grupo de judeus jovens, em torno de 20 e poucos anos, com bandeiras de Israel. Uns três tocando no violão uma música triste, alguns murmurando numa mistura com choro a letra da música e outros vários chorando e nada mais. Nesse momento tudo aquilo que para nossa visita era só história passou a ser presente. Triste ver como pessoas sofrem até hoje com erros cometidos há mais de meio século atrás...

Triste ver como só uma cena forte como essa te faz parar para pensar. Mas assim é feita a “evolução” da humanidade. Muitas vezes somos beneficiados por decisões acertadas de séculos atrás e tantas outras sofremos na pele por erros cometidos muito antes de nascermos. É incrível a capacidade humana de mudar tudo ao seu redor e como a decisão de alguns poucos pode mudar tanto a vida de outros muitos. “Com grande poder vem grandes responsabilidades”, simples verdade em muito esquecida.

Mas a nossa história quem fazemos somos nós. É muito fácil culpar políticos pelos problemas que vivemos, quando na verdade não paramos para analisar nossas atitudes. Como em muitos casos fingimos que não vemos simplesmente para não ter o peso na consciência de ter visto e nada ter feito.

É indignante ver como tantas pessoas têm o potencial de fazer algo significante na sociedade e decidem por não fazê-lo (e eu não me excluo desse grupo). Não estou dizendo que se deve abdicar de todos os prazeres pessoais para o bem da sociedade, mas a falta de intenção e até mesmo de pensamento em ajudar é frustrante.

E aí eu paro e tento descobrir quem ou o quê seria o culpado por essa indiferença e descaso. Às vezes eu penso que a culpa é da sociedade que não valoriza as pessoas que se preocupam e às vezes eu penso que somos nós mesmo que decidimos escolher o caminho mais fácil mesmo sabendo que não é o mais correto. Não posso indicar a resposta direta e correta e também nem acredito que exista, mas com certeza uma mistura desses dois faz parte dessa resposta.

Mas será que só porque você tem a consciência e a educação suficiente de pensar nessas coisas você teria a obrigação de agir de forma diferente? Será que só porque você faz parte da pequena massa educado do Brasil e do planeta você tem a obrigação de fazer a diferença? Claro que não! É o que você gostaria de ouvir. Mas eu te digo: Obrigação você não tem, mas se você que está nos 2,5% das pessoas mais bem educadas do mundo não fizer nada quem vai fazer? Nesse percentual cada um teria que ajudar 39 pessoas, e aí já ajudou as suas? Ah sim, é muito mais fácil fingir que o moleque da esquina não está morrendo de fome ou que não tem nada que você pode fazer para ajudar.

E muito raramente eu me pergunto (muito vergonhoso, eu sei) o que me faz melhor que um político corrupto, mas lembro que pelo menos a vergonha me permanece e a vontade de fazer algo melhor ainda existe e eu coloco a cabeça no travesseiro e durmo quase que em paz. Mas até quando isso vai bastar?

Na verdade a pergunta seria até quando a sociedade vai agüentar esse descaso e displicência principalmente por parte dos jovens? A rebeldia, aquela vontade incontrolável de achar que tudo estava errado e que era possível fazer algo diferente e melhor, é hoje mal vista de uma forma que a massificação se tornou a maneira mais fácil de convívio social. Que diferença faz se um jovem de 17 anos visitou um asilo e alegrou o dia de vários velhinhos se o amigo dele ganhou um carro zero?

Quantos gênios indomáveis estão sendo desperdiçados e quantos Hitlers estão sendo criados pelo incentivo da individualidade e competitividade? E sempre vai existir a pergunta: Se eu não pensar em mim, quem é que vai pensar? E querendo dizer a sociedade, mas vendo o seu olhar de utopia vou silenciar-me e entristecer...


Comecei esse post me questionando sobre a capacidade humana e depois de tanto pensar e escrever tive a certeza da capacidade de incapacidade humana. Fico triste, porém, que ainda não sei utilizar a minha. Mas me conforto com a sábia frase:

Sem saber que era impossível ele foi lá e fez!

2 comentários:

Bernardo disse...

FAla aee cadera!!!
Agora que acabaram as minhas provas, tive tempo de vir aqui e ler suas viagens! hehehe...
Ficou manerasso esse post!
Fico a imaginar que vc esteja escrevendo um livro de crônicas ou algo do tipo! ano que vem dá pra sair um livro manero juntando as histórias das viagens com alguns "pensamentos viajantes", que é até um bom nome para o livro! hehe
abraçãooo lek!! sucesso ae e mto filtro solar hein!!
abração!

Unknown disse...

Ricardo,impossivel nao deixar aqui meu comentario...
Vcs ja viraram escritores pra mim!
Que incrivel!Como vc esta escrevendo bem!Com alma, eu diria...Te conheci mto pouco;uma vez aqui em casa e outra rapidinha la em SJC,mas acho que atraves dos posts estou conhecendo um novo Ricardo. Continuarei viajando com vcs todos. Parabens por nos deixar ver este seu lado escritor!
Fiquem com os anjos!Te cuida.
Mae do Pato.